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União Brasil desiste de impugnar Moro e reforça projeto do ex-juiz para São Paulo
Nota de três membros da alta cúpula não questiona filiação, mas ignora projeto à presidência
CORREIO DO ESTADO / DA REDAçãO
No fim da tarde de hoje (02), o União Brasil divulgou uma nota unificada de sua direção que, ao mesmo tempo, em que desiste de questionar a filiação de Sergio Moro ao partido, também ressalta que o projeto político do ex-juiz é em São Paulo.
'O União Brasil tem na sua essência a defesa da democracia. Nascemos pautados pelo respeito ao espírito colegiado, e seguiremos assim na tomada de todas as decisões internas', diz o partido, que rachou nos últimos dias em relação à filiação de Moro.
Divulgada nas redes sociais, a nota prossegue: 'O ex-ministro Sergio Moro é um homem íntegro, capaz de enriquecer, junto às demais lideranças partidárias, a discussão sobre o futuro que almejamos para o país. Sua filiação ao União Brasil tem como objetivo a construção de um projeto político-partidário no estado de São Paulo e facilitar a construção do centro democrático, bem como o fortalecimento do propósito de continuarmos crescendo em todo país'.
Três membros da alta cúpula do partido assinam a nota, Luciano Bivar, presidente nacional do partido que defende internamente uma possível postulação presidencial de Moro; pelo secretário-geral ACM Neto, quem liderava a ala contrária à candidatura do ex-juiz a presidente, além do primeiro-vice-presidente da sigla, Antonio Rueda.
Neto é o nome que lidera o grupo do DEM no União Brasil, resultado da fusão do Democratas com o PSL. Ainda que em menor número, os dirigentes do ex-DEM têm, no conjunto, poder de veto nas decisões da sigla.
Conforme apurações da agência Folhapress, nos bastidores, a intenção desse grupo se mantém, que consiste em não permitir uma candidatura presidencial de Moro, o que é sinalizado na parte da nota que fala sobre o foco em São Paulo.
Ainda, aliados do ex-juiz dizem ter visto com bons olhos a nota conjunta desse sábado. Eles afirmam que conseguiram debelar a ameaça de que Moro tivesse a filiação anulada, o que o tiraria da disputa eleitoral desse ano, sendo que o prazo para filiação de pré-candidatos a partidos se encerra neste sábado (2).
Além disso, dizem, a parte final da nota, que fala em 'facilitar a construção do centro democrático, bem como o fortalecimento do propósito de continuarmos crescendo em todo país', indica, segundo eles, que a possibilidade da candidatura presidencial permanece de pé.