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Coluna do PVC: Palmeiras é campeão da tática que não é estática
Confira a coluna do PVC desta segunda-feira (4)
CORREIO DO ESTADO / PAULO VINíCIUS COELHO - PVC
O Palmeiras deixou apenas Gustavo Gómez e Murilo na defesa, liberou os dois laterais na linha média, junto com Danilo e invadiu o terreno do São Paulo com cinco homens.
Na movimentação ofensiva, a pirâmide do início da história tática do mundo. Cinco na frente.
Significava deixar 17 jogadores num reduzido espaço de 15 metros, entre a linha da grande área da defesa do São Paulo e a intermediária ofensiva palmeirense.
Neste cenário, o normal era o gol sair só de bola parada. O Palmeiras marcou 30 vezes neste ano, 17 em jogadas ensai- adas. Vai dizer que Abel Ferreira não trabalha o ataque?
'Pergunte aos meus jogadores quanto tempo trabalho o ataque e quanto tempo a defesa', desafia.
O técnico português não concorda que o excesso de concentração na defesa tire forças para atacar, mesmo depois de 'Cabeça fria, coração quente' explicar a substituição de Raphael Veiga, na final da Libertadores, por seu esgotamento físico.
A final do Campeonato Paulista e as diferentes estratégias nos cinco clássicos da campanha mostram o português como um camaleão tático. Ataca os erros dos rivais e defende-se de suas qualidades.
Os primeiros 28 minutos, em que o Palmeiras fez 2 x 0 e empatou o confronto mata-mata, dão razão a Abel. Atacava com até oito jogadores, com estratégia.
Com o empate e a característica do time, atrasou a marcação. É possível julgar um erro. Só que o Palmeiras fez 3 x 0 em contra-ataque puxado por Dudu aos 2 minutos do segundo tempo, finalizado por Raphael Veiga, como se fosse centroavante.
Falta atacar? Falta centroavante? Neste momento, não falta nada. Erro é julgar um técnico genial quando acerta e burro quando erra, como já dizia.
O Palmeiras passou a ter o que gosta, o contra-ataque. Só que dos 32 gols da equipe de Abel Ferreira, neste ano, só quatro aconteceram desta maneira. A dependência maior é da bola parada –16 em cobranças de faltas, escanteios e pênaltis.
Não é depender dos contra golpes. É saber utilizá-los.
Não é excluir as bolas paradas, mas saber usá-las.
Dá para discutir. De 15 finalizações no primeiro tempo, para apenas uma até os 30 do segundo tempo, o gol de Raphael Veiga. De 55% de posse de bola, para 44% depois de fazer 3 x 0.
Do controle total da partida, para chamar o adversário e apostar que não conseguirá entrar em sua defesa. Arrisca mais do que precisa, diante de sua qualidade.
Por outro lado, tática não é estática.
Assim como Rogério Ceni sabe montar sua equipe de acordo com cada jogo e de acordo com sua dificuldade. O São Paulo foi o time de maior evolução durante todo o Campeonato Paulista.
Usou os meninos, amadureceu com Diego Costa –grande atuação no Allianz Parque– Pablo Maia, Rodrigo Nestor, perdeu seu melhor jogador nas finais, o meia Gabriel Sara.
Não dá para cobrar do São Paulo a eficiência do Palmeiras. Mesmo com tudo isto, mostrou ser rival forte e tem jogadores para fazer grande papel no Brasileirão.
Rogério Ceni é técnico para isso e para também pensar em sucessão de Tite.
Tudo à parte, o Palmeiras é o melhor time deste momento. Forte na defesa, rápido no ataque, inteligente para mudar a maneira de jogar de acordo com as circunstâncias do jogo.
Futebol não é receita pronta.
as voltas da bola
Paulo Sousa tem só 14 jogos e há quem decrete seu fracasso no Flamengo. O Brasil não pode continuar condenando trabalhos no início nem técnicos ao ostracismo.
Abel Braga é campeão pelo Fluminense, três anos depois de ser escorraçado da Gávea.
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exagero santista
Fabián Bustos pode ser bom técnico para o Santos, mas encher o elenco de equatorianos parece um exagero. Como se o Equador andasse descobrindo mais talentos do que o solo sagrado da Vila Belmiro.
A mistura entre juventude e experiência vai ser benéfica, na medida certa.