Casa França-Brasil oferece viagem imersiva pela obra de Van Gogh

Mostra multimídia começa hoje e vai até 5 de junho

ALANA GANDRA


© Fernando Frazão/Agência Brasil

A Casa França-Brasil, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, recebe, a partir de hoje (6), a mostra multimídia Van Gogh e seus Contemporâneos - Exposição Imersiva, com ingressos a preços populares e dias com entrada gratuita. A exposição chega ao Rio depois de ter estreado em Florença (Itália).

As imagens são formadas por múltiplos projetores e um sistema que expande as telas para o espaço da mostra, garantindo ao visitante a sensação de estar dentro das obras do pintor, um dos mais famosos do mundo. A mostra ficará na Casa França-Brasil (Rua Visconde de Itaboraí 78, centro da capital fluminense) até o dia 5 de junho.

A produtora da exposição, Marisa Mello, disse que o público vai encontrar grande sala imersiva, que é a estrela da mostra. “É uma história contada em sete capítulos independentes, ilustrada com projeções nas paredes e no chão, que dão essa sensação'.

Foram criados também grandes painéis com obras clássicas do pintor holandês, um dos principais nomes da arte do século 19, “para que as pessoas tenham a experiência imersiva não só nas projeções, porque nem todo mundo gosta de tecnologia'. Há uma linha do tempo, que conta a história do pintor e sua relação com os contemporâneos. O quarto de Van Gogh, que ele retratou no quadro Quarto em Arles, foi reproduzido cenograficamente.

Há ainda um quadro gigante de girassóis, no qual as pessoas têm a sensação de estar entrando, além de uma instalação de girassóis feitos de papel artesanal. “E tem muita informação cultural. Então, é uma exposição que reúne entretenimento e ampliação de repertório cultural e educativo', disse Marisa.

A experiência digital, com projeções em 360 graus e trilha sonora original, integra a narrativa de 60 minutos, mostrando ao público a trajetória humana e artística do pintor, além de promover um passeio pelas criações de outros grandes nomes que se relacionam com sua obra e que viveram no mesmo século, como Cézanne, Gauguin, Toulouse-Lautrec, Soutine e Modigliani.

Marisa explicou que tanto na linha do tempo, quanto na sala introdutória, são levadas informações aos visitantes sobre os demais artistas contemporâneos de Van Gogh, “para mostrar que a produção artística é um contexto de trocas, de intercâmbio entre pintores'. Está na exposição uma tela de Gauguin que retrata Van Gogh pintando o famoso quadro dos girassóis. “Você vai ter as duas experiências: o encontro com Van Gogh e o encontro com seus contemporâneos'.

Na mostra, o espectador se coloca nas próprias pinturas e entende um pouco mais da vida e do sentimento desse artista que encanta o mundo até hoje com seus traços e cores vibrantes. “A pintura está na minha pele.' Foi assim que Vincent Van Gogh traduziu a sua trajetória, com mais de 2 mil quadros.

O interesse pela arte teve início ainda na infância e, durante sua vida, pintou mais de 40 autorretratos em que explora a aparência física e o olhar expressivo. Entre as curiosidades do artista está o fato de pintar ao ar livre, hábito que conservou até morrer. Sua técnica de pinceladas firmes e carregadas permitiu-lhe pintar rapidamente e produzir um vasto número de obras nos últimos dois anos e meio de vida. Em 1973, foi criado o Museu Van Gogh em Amsterdã, na Holanda, para abrigar as criações.

A experiência foi desenvolvida a partir da tecnologia digital inovadora Matrix x Dimension, com criação original da Crossmedia Group, empresa italiana especializada em exposições multimídia imersivas, entre elas Da Vinci Experience, que esteve em São Paulo em 2020. Van Gogh e seus Contemporâneos - Exposição Imersiva, montada no Brasil pelas produtoras Automatica e Pink Pineapple, com planejamento e apoio comercial das empresas iDue Entretenimento e CulturArtEntretenimento e patrocínio da Enel Distribuição Rio, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, além do apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Rio.

Para a secretária de Cultura,  Danielle Barros, a exposição reforça a vitalidade da Casa França-Brasil no cenário cultural. 'A Casa compõe importante corredor cultural da capital e ter em suas galerias uma exposição do tamanho de Van Gogh celebra a retomada da cultura em espaço bicentenário, com programação especial para o público. É a Lei Estadual de Incentivo à Cultura promovendo a arte para todos', disse Danielle.

A produtora Marisa Mello destacou que embora tenha recebido esse conteúdo internacional das projeções, material da linha do tempo e quadros de Van Gogh, uma equipe brasileira “criou a mostra com a cara do Brasil. Então, não é uma exposição importada, mas uma exposição com conteúdo internacional, criada por uma equipe brasileira que desenvolveu o projeto pensando no espaço da Casa França-Brasil'.

Os ingressos, a preços populares de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) de quinta a domingo, podem ser obtidos no site da Eventim, inclusive as gratuidades às terças e quartas-feiras. Marisa adiantou que o primeiro lote de ingressos, totalizando mais de 40 mil bilhetes, já está esgotado. Novo lote será aberto no próximo dia 10.

“Nosso público pode ficar atento, ao site da Eventim, tanto à gratuidade, quanto aos dias pagos. Quem quer comprar, fique atento no dia 10, porque vai ter bastante ingresso'. Marisa disse que o interesse tão grande do público “mostra que Van Gogh é um clássico porque é orgânico e dialoga com a população. Ele não é só um artista consagrado pela crítica, mas é um artista amado de fato pelo público'.

A produtora informou que o cartaz de uma tela de Van Gogh poderá ser levado pelos visitantes e emoldurado, para que eles tenham um quadro do pintor em casa. “Essa é a surpresa', afirm

A organização da exposição está estudando, com a Secretaria estadual de Cultura e a patrocinadora, possibilidades de serem ofertados novos lotes de ingressos. Em maio, a ideia é fazer um viradão cultural e ficar a noite toda aberta, para atender à demanda de público. “Essa seria mais uma leva de ingressos. Estamos trabalhando para atender o maior número possível de pessoas'. A ampliação do prazo não foi descartada. 

A exposição oferece programa educativo, com atividades destinadas a escolas e grupos de visitantes durante toda a temporada, além da formação de professores.

Edição: Graça Adjuto