Com 68 empresas de MS, estudo aponta escassez de mão de obra na construção civil do país

Áreas de maior escassez profissional foram de pedreiros (80%) e carpinteiros (78,7%)

CORREIO DO ESTADO / ALISON SILVA


Obras em curso pelo centro de Campo Grande - Gerson Oliveira

Uma pesquisa realizada pela Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT) constatou dificuldades na contratação de mão de obra qualificada para o setor da construção civil no país. As áreas de maior escassez profissional foram de pedreiros (80%) e carpinteiros (78,7%). 

A segunda etapa do levantamento foi divulgada em fevereiro deste ano, já a fase inicial do estudo foi realizada em setembro de 2021, por meio de amostras de 134 representantes de 3068 empresas do setor de obras industriais e corporativas do Brasil. 

Os resultados elencaram entrevistas de 554 empresas do Centro-Oeste, 68 de Mato Grosso do Sul, além das demais macrorregiões do país. 

Na primeira fase, segundo 66% dos entrevistados, as principais barreiras internas das empresas do setor foram a falta de mão de obra qualificada, bem como as reduções estruturais de trabalho. 

Para 52% das empresas, as principais dificuldades externas foram o cenário informal e a “precificação predatória'. A dificuldade de acesso a crédito foi outro fator mencionado pelos entrevistados.

De acordo com o engenheiro civil Vinicius Tavares (29), a ausência de trabalhadores no setor primário (pedreiros, carpinteiros), ocorre em razão da grande oferta de obras e construções civis neste momento. 

“O fato da construção civil ter retomado as atividades em maior volume, permite que a oferta de emprego entre esses profissionais seja grande, o que concede certa autonomia para esses trabalhadores ‘decidirem’ onde trabalhar'. 

Questionado sobre as demandas dos profissionais, Tavares disse que os engenheiros passam por situações contrárias às vividas por pedreiros e serventes, por exemplo. 

“Ao contrário desses profissionais, que contam com ofertas altas em razão da escassez de mão de obra, atualmente existem muitos engenheiros, o que reduz a remuneração dos trabalhadores da área, uma vez que a oferta de profissionais é grande', pontua o campo-grandense, engenheiro há cinco anos.

Mestres de obra (74,7%), encarregado (70%), eletricistas (64%), bombeiros (52,7%) e serralheiro (52,7%) são outras áreas de grande demanda no setor.

'Muitas das vezes esses profissionais optam por serem ‘empresários de si’, pois neste momento de alta demanda é muito mais vantajoso trabalhar por empreitada com diárias de R$120, R$130, do que seguir as regras da CLT e receber cerca de R$80, R$90.'

O estudo concluiu que 72,67% das empresas buscam capacitar os profissionais, contudo, fora dos horários de trabalho. 

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