Geral
Produtividade empresarial
A mente humana é poderosíssima e não distingue se os pensamentos são de fato realidade ou não
CORREIO DO ESTADO / DA REDAçãO
Walter Roque Gonçalves - Professor executivo da FGV
O que acontece com o namorado que não atende ao telefone horas depois de ter saído do trabalho? Ou ao filho que diz para a mãe que volta à 1h e, às 3h, ainda não deu notícias? O que se passa na mente dessa namorada angustiada e da mãe aflita?
Seja o que for, soa como verdades provisórias, monstros que inundam a mente de pensamentos, fazendo-as sofrerem como se o que pensassem fosse de fato realidade. Esta sensação gera desgaste emocional, físico e mental. Consome energia preciosa para manter o corpo e a mente sãos.
A mente humana é poderosíssima e não distingue se os pensamentos são de fato realidade ou não. O cérebro humano tem o poder de projetar coisas boas ou ruins, depende daquilo em que se dá foco.
Este órgão permite transformar a experiência com um pequeno inseto, como uma formiga, em um monstro aterrorizante, como em um pesadelo. E, com isso, o sofrimento é real e leva as pessoas a reações desproporcionais.
Dentro do ambiente empresarial, esses “monstros' existem aos montes e minam a energia e a capacidade de gerar resultados da equipe. Uma brincadeira que alguém levou a sério e não disse nada; a fala do líder mal interpretada; o que parece ter dito fulano ou ciclano; dúvidas sobre os cálculos da hora extra; e assim por diante...
São problemas que começam pequenos, mas que tomam proporção na mente daqueles que os carregam e, logo, afetam a concentração, a disposição, a motivação e a capacidade de gerar resultados para a empresa.
Na grande maioria das vezes, os subordinados não se sentem à vontade em falar o que sentem e pensam à liderança.
O medo é de ser repreendido ou, mesmo, mandado embora. Para virar esta chave na comunicação, a liderança precisa treinar a capacidade de ouvir plenamente, sem julgar no primeiro momento.
No segundo momento, pode-se dizer algo como “entendo o seu ponto de vista', ou seja, não há concordância ou não com o que foi dito. Em seguida, é possível colocar o assunto na perspectiva do líder e, por meio deste diálogo, ambos saem com visão alinhada sobre o assunto.
Neste processo, o monstro que aterrorizava a mente do colaborador perde o poder em prol da produtividade empresarial.