
Anderson Moraes Moreira
Narrativas especulativas: O caso do contrato de Bolsonaro
Hoje quinta-feira (5), o jornal O Globo publicou uma matéria apontando a apreensão de um contrato de R$ 900 mil referente à reforma de uma residência
JORNAL O PRECURSOR / ANDERSON MORAES MOREIRA
Hoje, quinta-feira (5), o jornal O Globo publicou uma matéria apontando a apreensão de um contrato de R$ 900 mil referente à reforma de uma residência do ex-presidente Jair Bolsonaro, localizada em Angra dos Reis. Segundo o texto, o documento foi encontrado durante a operação de busca e apreensão na sede do PL, em Brasília, como parte das investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado em 2022. No entanto, a reportagem levanta sérias questões sobre o compromisso com a transparência , a ética jornalística e a imparcialidade.
O QUE FOI DIVULGADO?
A matéria afirma que a Polícia Federal (PF) encontrou o contrato da reforma, destacando que o valor de R$ 900 mil seria quase dez vezes maior que o montante declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022, quando a casa estava avaliada em R$ 98.500. No entanto, O Globo parece negligenciar nuances cruciais sobre a legalidade do gasto e a responsabilidade na apuração.
O ex-presidente, ao se manifestar nas redes sociais, apresentou explicações claras:
Origem do Imóvel : Construído por Bolsonaro na década de 1990.
Pagamentos Declarados : Reforma paga integralmente via PIX, com valores registrados no Imposto de Renda.
Falhas na Reportagem : Bolsonaro questionou a abordagem da matéria, indicando que o contrato fosse apresentado como uma possível irregularidade, sem, no entanto, apresentar evidências concretas.
FALTA DE APURAÇÃO DOS FATOS
O papel fundamental do jornalismo é informar com base em fatos, e não em especulações, muito menos distorcer fatos. Contudo, a publicação falhou em pontos básicos:
Construção de narrativas especulativas : O texto insinua lavagem de dinheiro, mesmo sem qualquer comprovação.
Descontextualização de valores : A prática de declaração de imóveis ao TSE com base em valores históricos foi ignorada como um fator que desqualifica a comparação entre o custo da reforma e a avaliação de 2022.
A SOCIEDADE COMO REFÉM DE NARRATIVAS
Mais uma vez, o jornalismo é posto em execução quando veículos de grande circulação como O Globo optam por priorizar manchetes sensacionalistas. O episódio reforça a percepção de que partes da imprensa estão mais comprometidas com agendas políticas do que com o dever de informar, e isso não é de hoje.
O QUE ESPERAR DO FUTURO?
Transparência e responsabilidade são pilares de qualquer veículo comprometido com a verdade. O caso reforça a necessidade de questionar o público, não apenas a veracidade das informações, mas a forma como elas são apresentadas. Em uma democracia, a imprensa deve atuar como fiscalizadora, não como promotora de incertezas.
A liberdade de imprensa é inegociável, mas ela vem com o peso de um compromisso ético: informar, e não manipular.
No vídeo, Bolsonaro menciona que a Polícia Federal (PF) coletou três inquéritos e sugere que também vazem essas informações, afirmando que isso o deixaria muito feliz. A questão que fica é: será que a PF realmente divulgará essas investigações?
Assista na integra o video divulgado por Bolsonaro em suas redes sociais: