Geral
Inflação reduz produção de leite em MS
Produtor campo-grandense registra queda de 40% em relação ao ano passado
CORREIO DO ESTADO / ALISON SILVA
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), divulgou que o preço do litro de leite pago aos produtores rurais do país foi, em média ,R$2,21 em março deste ano.
Segundo a pesquisa, os números são 4,1% superiores ao registrado no mesmo período de 2021 - os valores pagos consideram os números captados em fevereiro do ano passado.
Em 2022, o índice de captação leiteira do Cepea apontou baixa de 0,63% na oferta do produto entre janeiro e fevereiro. De acordo com os dados da pasta, Mato Grosso do Sul fechou a última temporada com um preço médio líquido de R$1,907 por litro de leite produzido.
Produtor de leite há 10 anos, Altamiro Barbosa produz cerca de 60% do que produziu em 2021. Com a inflação do setor, Barbosa falou sobre as movimentações realizadas para equacionar as contas.
“A tendência é reduzir os preços para o consumidor, diferente do produtor. Se o custo de produção está em R$1,90, e o preço de comercialização é R$2, temos que realizar essas manobras para manter a produção, disse Barbosa, que alimenta a indústria local com cerca de 3, 4 mil litros de leite por dia.'
Com produção voltada ao consumo da indústria local, Barbosa conta com 95 animais em sua propriedade, destes, 40 em lactação. “Os animais produzem em menor quantidade porque consomem menos ração'.
Segundo o produtor, o complemento alimentar dos animais vem da pastagem, e adoção do “sistema misto', no qual o gado não é confinado e nem permanece integralmente solto.
“Ano passado, cada cabeça de gado produziu em média 20 litros de leite por dia, em um consumo diário de 5, 6 quilos de ração. Em 2022,o mesmo gado consome 2 quilos de ração, e consequentemente produz menos, cerca de 12, 13 litros de leite/dia.'
Em março, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor 15 (IPCA-15), a inflação anual acumulada por leite e derivados pulou de 7,29% para 10,32%, e retornou a faixa de dois dígitos, o que não ocorria desde agosto do ano passado.
Nos últimos 12 meses, os maiores avanços foram os de requeijão (18,2%), iogurte e bebidas lácteas (16,66%) e queijo (13,26%). Já o leite longa vida subiu 7,47% nesse recorte.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), produtos derivados de leite subiram 1,51% em fevereiro e 1,76% em março. Leite longa vida (3,41%), manteiga (2,49%), leite fermentado (2,19%) iogurte e bebidas lácteas (1,38%), acompanharam o acréscimo.
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