Esportes
Vítor Pereira indica alternâncias no time titular do Corinthians e diz que grupo deu resposta à torcida
Após derrotas e cobranças, Timão faz 3 a 1 no Botafogo na estreia do Brasileirão; técnico condena ataques virtuais a jogadores: "Que não volte a acontecer"
GLOBOESPORTE.COM / MARCELO BRAGA
Vítor Pereira estreou com o pé direito no Campeonato Brasileiro ao ver o Corinthians vencer o Botafogo por 3 a 1 no estádio Nílton Santos, no Rio de Janeiro.
Há pouco mais de 40 dias no Brasil, o técnico mostrou que tirou lições da eliminação na semifinal do Paulistão e da derrota na estreia da Libertadores, diante do Always Ready, da Bolívia, na altitude.
Neste domingo poupou jogadores como Renato Augusto e Gil, que ficaram no banco por 90 minutos. A partir de agora, a tendência é de que o time passe a ser mexido bastante de jogo para jogo para que a equipe não perca sua intensidade pelas questões físicas.
– Vamos precisar sempre de toda gente disponível. João Pedro hoje fez um belíssimo jogo, consistente na defesa e no ataque, foi capaz de reagir a um momento ruim pelo outro jogo, pelas críticas, jogou com caráter. Vamos precisar de todos, são muitos jogos, temos que ir alternando jogadores, ir refrescando para manter a dinâmica. Foi o que tentamos fazer hoje.
O Timão atropelou na primeira etapa, quando fez 3 a 0 com gols de Paulinho, Mantuan e Piton. No segundo tempo, com as mudanças que iam sendo feitas, o Timão caiu e levou um gol do Botafogo.
– Tivemos um primeiro tempo muito consistente e no segundo gerimos um pouco para nos preparar, que em três dias temos um grande jogo. Só com essa gestão é possível. Vamos olhando o jogo e as características do adversário, se são jogadores mais rápidos, se são mais fortes, para ir escolhendo o time. Todos são importantes para nós. Temos muitos jogos e precisamos estar preparados.
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A vitória na estreia do Brasileirão foi vista também como uma resposta do elenco aos torcedores, que vinham se incomodando com a postura do time, principalmente com a derrota na Bolívia. O técnico diz que entende a pressão de jogar no Corinthians. Ele só condenou os ataques virtuais aos atletas.
– A cobrança feita dentro do respeito é importante para mim e para eles. Percebermos que não podemos baixar nosso nível, representamos muita gente, e muita gente pobre que para ir ao estádio poupa na semana, gente que falta comida na mesa para ir ao estádio. Conversamos neste sentido. Deus nos abençoou a fazer o que gostamos e somos bem pagos para isso. Não podemos esquecer que representamos muita gente, muitos milhões, gente pobre, esse é o espírito em campo.
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– O resto temos de criticar, não se pode criticar família, ameaçar mulheres, filhos, ai já é perder completamente a razão. É uma coisa que espero que não volte a acontecer. Tivemos uma conversa sobre esse assunto, percebemos que temos que focar no trabalho, no que controlamos e deixar para as pessoas competentes que resolverem esses excessos. Por mais paixão que tenham (os torcedores), eles não podem ir por aí. Podem ir pela cobrança, temos que correr, lutar, essa cobrança eu concordo. Temos que merecer o apoio deles, o resto é caso de Polícia.
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Estádio lotado e clima
– Não é fácil. Esse campeonato tem uma característica que estou aprendendo. Chegamos para jogar contra um Botafogo com 40 mil pessoas em euforia. Em Portugal, só conseguimos isso nos grandes jogos. Aqui já vi várias vezes. O ambiente não é fácil, a competição não é fácil, a sequência de jogos é grande, o espaço entre eles é curto, estou tentando me adaptar e a perceber bem as características desta liga para que a equipe se mantenha competitiva e não aconteça como já aconteceu, de chegarmos à semifinal do Paulistão sem capacidade de sermos competitivos.
Revezamento no time titular
– O único caminho que vejo para mantermos nossa equipe competitiva é fazendo essa gestão. Não é possível jogar hoje com uma equipe e na quarta com a mesma. Íamos condenar nosso próximo jogo, que é fundamental na Libertadores.
Entrada dos jovens
– Os miúdos (jovens) têm qualidade, precisam de um pouquinho de maturidade que os jogos vão dar. Foi um primeiro tempo de grande nível, não demos hipóteses ao Botafogo. Na segunda etapa, gerimos o jogo um pouquinho. Mas vi o espírito corintiano dentro do campo, muita raça, empenho, tanta vontade que às vezes é até exagero, como foi com Roni, que tem uma pressão, sente o clube como ninguém, então é natural que esses percalços aconteçam. Mas fico orgulhoso de termos tantos jogadores da base em campo. Temos o apoio da nossa torcida, hoje merecemos esse apoio. Eles cobraram e nós reagimos, é assim que tem que ser.
Renato Augusto na reserva
– A gestão do Renato: nós conversamos, é um líder natural, se houvesse necessidade ia para jogo, íamos gerir um pouquinho, misturar juventude com experiência (na segunda etapa), estava combinado que se fosse necessário ele ia a campo, mas não sentimos a necessidade. Ele tem a oportunidade de chegar na quarta limpo, zerado, e acho que fizemos bem.
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