Mato Grosso do sul

Em Ribas do Rio Pardo, megaindústria de celulose impulsiona economia e abertura de novas empresas

Os números indicam que, após início da construção da fábrica da Suzano, o número de novas empresas saltou para 164, crescimento de 198%

CORREIO DO ESTADO / VALESCA CONSOLARO


Durante o pico de construção, mais de 10 mil pessoas trabalharão diretamente nas obras - Divulgação

Em levantamento realizado pela Junta Comercial do Estado de Mato Grosso do Sul (Jucems), foi indicado que Ribas do Rio Pardo obteve um crescimento significativo na abertura de novas empresas, em razão da construção do megaempreendimento de celulose da Suzano.

Segundo os dados da Jucems, órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), em 2021, ano de início da construção da fábrica da Suzano, o número de empresas registradas saltou para 164, crescimento de 198% em relação ao ano de 2020.

Esse número representa um recorde para o município. Dados dos últimos 3 anos mostram que em 2018 foram abertas 54 empresas no município.

Já em 2019, foram abertas 57 empresas. Enquanto em 2020, foram abertas 55 empresas em Ribas do Rio Pardo, sendo 37 do setor de Serviços, 14 do Comércio e 4 da Indústria.

Com relação ao crescimento no número de empresas em 2021, o destaque é para o setor de Serviços que abriu 112 empresas, correspondendo a 68% do total.  

No setor de Comércio foram 41 novas empresas, 25% do total e, no setor da Indústria, foram mais 11 empresas, representando 7% de todos os empreendimentos de Ribas do Rio Pardo.

O crescimento do número de empresas de quase 200% em um ano é um dos termômetros que indicam as transformações econômicas do município, algo que reflete em praticamente todos os setores de serviços.  

Ribas do Rio Pardo fica a 94 quilômetros de Campo Grande e, até o ano passado, somava uma estimativa de 25 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  

Investimento e retorno  

A fábrica de celulose da Suzano tem um investimento de cerca de R$ 19,3 bilhões. Desse montante, R$ 14,7 bilhões estão na parte industrial e R$ 4,6 bilhões nas atividades florestais, na estrutura logística e em outras iniciativas previstas.  

Conforme levantamento, durante o pico de construção, mais de 10 mil pessoas trabalharão diretamente nas obras, além disso, serão gerados milhares de empregos indiretos.  

Estima-se que após a conclusão da obra, a nova fábrica poderá empregar cerca de 3 mil pessoas, entre colaboradores próprios e terceiros.  

Segundo a divulgação, o complexo entrará em operação no segundo semestre de 2024.

A empresa Suzano é referência mundial na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto.  

Segundo posicionamento da empresa, o projeto Cerrado é o mais eficiente da companhia, em função do baixo nível de emissão de carbono previsto após o início de operação.  

Eles esperam que a fábrica tenha a capacidade de produzir, em média, 13,45 milhões de toneladas de celulose e 1,4 milhão de toneladas de papéis por ano.

Apoio  

O empreendimento está sendo apoiado e monitorado pelo governo de Mato Grosso do Sul.  

Segundo o secretário da Semagro, Jaime Verruck, o volume expressivo de investimento da Suzano na cidade afeta todos os setores.  

“Não é só na indústria da Suzano, todo município está se modificando, há novidades todos os dias na cidade', disse o secretário.

Entre os compromissos firmados pelo governo do Estado, está a aquisição de 5 ambulâncias com UTI Móvel, bem como a alocação de profissionais de saúde para suprir as necessidades de recursos humanos do Hospital.  

Para a área da educação, serão liberados R$ 2,8 milhões para revitalização das escolas da rede pública e acréscimo de mais 54 salas de aula.